Momentos de "des-existir" e espaços vazios de "des-existência" / Moments of "de-existing" and empty spaces of "de-existence" / Momentos de "des-existir" y espacios vacíos de "des-existencia"

A utilização do conceito des-existir, usado por mim neste e em outros trabalhos, resulta de uma necessidade de nomear e delimitar situações em geral transitórias limitadas à esfera psíquica. Diferencia-se do conceito de matar, verbo ativo que implica na ação de um sujeito, seja em termos físicos ou metafóricos. Assim como diferencia-se também do conceito de morrer, ligado a algo mais definitivo em termos naturais ou figurados. Des-existir refere-se a uma situação momentânea, temporária e às vezes prolongada, em que o sujeito entra em processo de falência como sujeito psíquico por desinvestimento. Pode ser des-existido em diferentes graus de apagamento em um espectro que se estende entre a situação ativa de sujeito e a condição passiva de objeto da pulsão de morte (AU)

I employ the idea of de-existing, in this and other papers, as a result from an urge to name and delimit usually transient situations limited to the psychic sphere. It differs from the idea of killing, active verb that implies the action of a subject, in physical or metaphorical terms. As well as it also differs from the idea of dying, connected to something more definitive in natural or figurative terms. De-existing refers to a momentary, temporary situation, sometimes long-lasting, in which, due to disinvestment, the subject goes into a process of failure as psychic subject. It may be de-existed in different levels of effacement in a spectrum that extends between the active situation as subject and the passive condition of object of the death drive (AU)

El uso del concepto des-existir, que utilizo en este y otros trabajos, resulta de una necesidad de nombrar y delimitar en general situaciones transitorias limitadas a la esfera psíquica. Se diferencia del concepto de matar, verbo activo que implica la acción de un sujeto, ya sea en términos físicos o metafóricos. Además, también se diferencia del concepto de morir, ligado a algo más definitivo en términos naturales o figurativos. El des-existir se refiere a una situación momentánea, temporal y en ocasiones prolongada en la que el sujeto entra en proceso de desplome como sujeto psíquico debido a la desinversión. Puede ser des-existido en diferentes grados de desvanecimiento en un espectro que se extiende entre la situación activa del sujeto y la condición pasiva de objeto de la pulsión de muerte (AU)

Comentário ao trabalho do Dr. Romualdo Romanowski “Um estudo sobre fenômenos repetitivos e a compulsão à repetição” / Comment about the work of Dr. Romualdo Romanowski

Trata-se de um trabalho importante, escrito em 1981, que se situa dentro de um posicionamento central e maior de Romanowski: o de levar em consideração “a multiplicidade dos fenômenos da vida”. Desenvolve-se ao longo de uma revisão extensa e criteriosa sobre os fenômenos repetitivos na obra de Freud e em muitos outros autores ali citados e torna-se mais rico pelas reflexões e também pelo trabalho de pensar que sua leitura desperta. Romanowski estuda a repetição compulsiva em seus diferentes níveis, desde o das possibilidades que abre, até o das limitações que impõe. Estas variações gradativas estendem-se num espectro que vai da presença da repetição no trabalho de elaborar – como um recurso em direção ao desenvolvimento – até um nível de imposição ou “jugo” a que o sujeito psíquico pode ficar submetido e, portanto,nele limitado ou aprisionado...

Sexualidade e estrutura psíquica: a sexualidade na formaçäo da estrutura e a estrutura como expressäo da sexualidade / Sexuality and structure

A abordagem do tema desenvolvido pelo autor enfatiza a vinculaçäo entre a sexualidade como expressäo originária da vida e o processo de criaçäo e organizaçäo da estrutura como produçäo interna da sexualidade. A criação da estrutura como produto do sexual é visualizada através de investimentos pulsionais narcísicos e objetais que se desenvolvem em movimentos de investir e receber, repetindo simbolicamente o modelo biológico da conjugaçäo entre masculino e feminino. Os processos de identificaçäo, formadores do ego e do superego, na funçäo de conteúdo e continente das pulsöes, assim como a vinculaçäo de cargas à coisa e a símbolos, organizando a linguagem, aparecem como componentes formadores e expressäo do equilíbrio dinâmico estrutural, que é visto como produto e guardiäo da sexualidade